A voz da cultura esquecida: A (in)visibilidade da Tribo Kaingang aos olhos da sociedade
” (…) tanta vida diferente, tanta gente vem e vai, incerteza de quem entra, mas saudade de quem sai…’’ O trecho da canção Santa Maria escrita pelo compositor Beto Pires, considerada um dos hinos de nossa amada cidade, traduz perfeitamente o ambiente em que vivemos, cidade acolhedora que recebe gente de todo lugar, cheia de idas e vindas, ‘’olás’’ e ‘’adeus’’, naturalmente é cidade de passagem para muitas pessoas, deixando saudade para quem se despede. Isso a faz ser composta por diversas culturas de ‘’tanta vida diferente’’ que vai desde os imigrantes europeus e escravos até os indígenas naturais desta terra.
Neste cenário Santa Maria é considerada cidade cultura, muito por esta mistura étnica que presenciamos diariamente, contudo o tema é polêmico, de modo que diversas culturas presentes em Santa Maria demonstram-se tímidas, às vezes invisíveis aos olhos da sociedade, como é o caso da tribo Kaigang. Atualmente os índios sofrem uma grande desvalorização cultural frente a diversos acontecimentos históricos. Existe um desrespeito rotineiro e uma imposição cultural que a sociedade coloca sobre o índio.
Visando promover a valorização cultural da tribo Kaigang e da cultura indígena de um modo geral, um dos eixos da 3ª turma do Núcleo de Estudos em (Web)cidadania (NEW) promoverá uma campanha online, buscando sensibilizar a comunidade acadêmica e a sociedade acerca do reconhecimento da cultura indígena, colocando em pauta seu valor para a sociedade, almejando preservar a sua identidade através de seus costumes, hábitos e tradições.
Nas próximas semanas, o blog Nossa Santa Maria e a sua Fanpage também servirão de mecanismo para essa sensibilização, dando voz à cultura indígena através de posts semanais, buscando relatos com os índios de nossa cidade, bem como trazendo informativos, despertando o olhar crítico da comunidade local através da troca de conhecimentos e experiências.
” O sangue e o sonho de nossos antepassados permanecem em nós. Apesar dos galhos terem sidos cortados, seus frutos roubados e até seu tronco queimado, as raízes estão vivas e ninguém pode arrancá-las.” 1° Encontro dos Povos Indígenas do Tapajós, Dezembro de 1999.
Luiz Guilherme Soares
Aspirante ativista